O Secretário Regional da Agricultura e do Desenvolvimento Rural anunciou, este domingo, na Madalena do Pico, que o Governo Regional pretende elaborar um Plano Estratégico para as Raças Autóctones dos Açores, por representarem um “património genético valioso”.
“Queremos criar uma política pública de acompanhamento destas raças para que possam aumentar o seu número e se perceba os constrangimentos e vantagens de cada uma das raças Autóctones dos Açores, um plano que possa definir os apoios às associações de cada uma dessas raças e à própria raça em si”, adiantou.
São raças autóctones dos Açores o cão de Fila de São Miguel, o cão Barbado da Terceira, o burro anão da Graciosa, o pónei da Terceira, o gado Ramo Grande e o gado Catrina, por apresentarem um grande potencial de valorização económica e conservação de usos e costumes e que fazem parte do património histórico e cultural da Região.
António Ventura, falava na sessão de abertura do Dia do Criador da Raça Ramo Grande, que decorreu no Auditório Municipal da Madalena, onde disse existirem 2500 inscritos no Livro de Adultos do Livro Genealógico, num universo de cerca de 252 criadores.
O governante destacou a raça de bovino do Ramo Grande pelo facto de “por detrás de cada animal existir um bocadinho de história dos Açores”, tendo em conta que esta foi “uma raça trazida para o arquipélago pelos primeiros povoadores com uma utilidade tripla, designadamente para o trabalho, para a produção de carne e para a produção de leite”.
“É, por isso, uma raça com tradição, identidade cultural, didática, turística e etnográfica e, portanto, um elemento característico de projeção dos Açores”, continuou António Ventura.
O governante lembrou também, na ocasião, que se iniciou, em 2022, o atributo de um apoio às juntas de bois do Ramo Grande, o que nesse ano representou o apoio a 30 criadores com 34 juntas e em 2023 representou apoios a 42 criadores com 46 juntas.
“Este apoio destina-se à manutenção de tradicionais juntas de bois do Ramo Grande dos Açores”, frisou.
“A partir de janeiro de 2022, a carne do Ramo Grande passou a ter uma designação de origem DOP, o que se constitui como uma carne única no mundo”, concluiu o Secretário Regional.